terça-feira, 2 de novembro de 2010

A polêmica de correr descalço

Surgem no Brasil corredores que dispensam os tênis para tentar se proteger de lesões. Mas não há consenso entre os especialistas sobre os benefícios da prática

Nos Estados Unidos, aposentar os tênis na hora de correr não é mais novidade. Naquele país, mais de 250 pessoas reuniram-se no domingo 10 para a primeira corrida sem calçados de Nova York. O evento é um entre os mais de 60 catalogados pela Sociedade Americana dos Corredores Descalços – entre provas e workshops. Por aqui, observa-se o surgimento de grupos desses corre dores e de pontos de encontro para a troca de informações na internet.

Um dos focos impulsionadores desse movimento está na Universidade de Harvard. Pesquisador do departamento de biologia da evolução humana da instituição e corredor descalço, Daniel Lieberman causou rebuliço ao publicar um artigo na revista “Nature” defendendo os benefícios da corrida sem calçado. Em seu estudo, Lieberman analisou 63 corredores e observou que aqueles que usam tênis tendem a inverter a pisada: em vez de usar o amortecimento natural do corpo, colocando primeiro a parte da frente e central do pé em contato com o chão e só depois o calcanhar, eles iniciam a pisada pela parte de trás do pé. Essa forma de pisar, segundo o americano, está associada a problemas como lesões do músculo tibial (responsável por tracionar o pé para cima). Sua conclusão é de que o corpo já teria as adaptações necessárias para absorver o impacto da corrida e, portanto, não precisaria do amortecimento dos calçados. “É absurda a ideia de que precisamos de um tênis superacolchoado para correr”, afirmou à ISTOÉ. Outra referência entre os corredores descalços é o livro “Nascidos para Correr”, do jornalista Christopher McDougall, lançado no Brasil neste ano. A obra conta como McDougall se viu livre das lesões após abandonar os tênis. Inspirado pelo exemplo do jornalista e pelas pesquisas de Lieberman, o médico Erik Neves, 40 anos, de Brasília, resolveu começar a treinar descalço. E chamou mais gente. O grupo recém-formado conta agora com cinco pessoas. “No Brasil estamos atrasados no assunto”, diz o médico, que montou um blog sobre o tema. Os praticantes contam ainda com a adesão dos usuários dos calçados minimalistas, espécie de sapatilhas para corrida, sem amortecimento. Em Curitiba, o casal Rodrigo Stulzer, 38 anos, e Maria Izabel Valdega, 37, usam. “Sinto menos dores no joelho”, diz Rodrigo.

O tema, porém, é controverso. “Não deixo meus alunos treinarem descalços e nem com sapatilhas”, diz Marcos Paulo Reis, dono de uma assessoria esportiva em São Paulo. Para Reis, tênis são fundamentais para reduzir o impacto sobre as articulações e evitar lesões. Mais moderado, Júlio Serrão, da Universidade de São Paulo, reconhece a importância do contato direto do pé com o chão. “Sem o tênis, aumenta o trabalho muscular, principalmente dos grupos musculares responsáveis pelo controle de choque, o que é positivo”, avalia. Para usufruir desses benefícios, no entanto, ele acredita não ser necessário correr descalço. “Se a pessoa andar descalça em casa, exercita esses músculos.” Por isso, ele aconselha a fazer o aquecimento e o relaxamento sem os calçados e, na hora do treino, calçar os tênis. “Criamos a ilusão de que temos uma dependência do calçado e isso não é verdade”, considera. “Mas ele é um artigo que ajuda no amortecimento, no controle da temperatura e na distribuição da pressão sobre a planta do pé.” Como se vê, a polêmica ainda tem muito fôlego.

Fonte: Istoé

terça-feira, 18 de maio de 2010

Proibir alimentos calóricos na escola poderia prevenir a obesidade infantil

A proibição de alimentos calóricos à disposição de alunos nos ambientes escolares poderia ajudar a reduzir os problemas relativos à obesidade na infância, diz um estudo feito pela Universidade Estadual de São Francisco, EUA, e publicado no periódico Health Affairs.

“Essa pesquisa trouxe à tona resultados bastante claros de como a obesidade infantil pode ser combatida a partir de políticas públicas conscientes”, diz Emma Sanchez-Vaznaugh, pesquisadora que colaborou com a pesquisa.

A obesidade infantil tem aumentado assustadoramente em todo o mundo. Só nos EUA os números triplicaram nas últimas três décadas. Hoje em dia, uma em cada três crianças americanas tem sobrepeso ou sofre de obesidade.

Para o estudo, os pesquisadores usaram dados sobre o Índice de Massa Corporal (IMC) de crianças. Os números foram colhidos durante oito anos como parte de um estudo amplo feito anualmente na Califórnia. Os resultados da análise da pesquisa americana mostraram como a taxa de sobrepeso estava aumentando em todos os subgrupos de estudantes do ensino médio. Entretanto, após três anos da vigência de uma lei aprovada em alguns Estados brasileiros, esses problemas diminuíram significativamente. A única exceção foi quanto às adolescentes do sexo feminino nos primeiros anos do ensino médio, cujas médias só se equilibraram nos anos seguintes. Mas isso poderia ser explicado pelo desenvolvimento natural do corpo feminino nessa idade.

“Mesmo sabendo que as políticas públicas não influenciam diretamente o comportamento dos estudantes, nosso estudo mostrou que é possível criar um ambiente onde os estudantes tenham a chance de aprender a fazer escolhas alimentares e isso pode, de alguma forma, moldar seus comportamentos alimentares futuros. A partir disso seria possível influenciar as tendências de hábitos alimentares em toda a população estudantil”, explica Sanchez-Vaznaugh.

Mas a pesquisadora diz que é necessário observar o entorno das escolas, onde bares e pequenos mercados podem continuar vendendo alimentos pouco saudáveis e com custos menores - o que é problemático, especialmente em bairros mais carentes, caso as cantinas escolares não ofereçam opções econômicas de alimentos - além de enfatizar que é necessário que as escolas também contribuam com um ambiente que facilite a prática de atividades físicas.

No Brasil, é interessante observar que foi rejeitado ano passado, em São Paulo, um projeto de lei que proibia a venda de alimentos inadequados para os estudantes, e que fossem à base de açúcar e gordura saturada. Entre as proibições estariam os refrigerantes, salgadinhos fritos e guloseimas calóricas. Iniciativas similares estão em andamento atualmente no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, mas seguem indefinidas.

informações da San Francisco State University

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Disposição x Cansaço

Normalmente um repouso ou uma noite bem-dormida é suficiente para recarregar as energias e enfrentar um novo dia, mas nem sempre é assim. Algumas vezes, a mente está tão atribulada e o corpo tão exausto que, ao despertar após uma noite de sono, a falta de ânimo e o cansaço excessivo nos impedem de retomarmos a nossa rotina. Ou se retomamos, fazemos com pouca disposição.

Quando isso acontece, sentimos a necessidade de “afrouxar” o dia-a-dia e descartar alguns compromissos, para tentar recuperar a energia e dissipar a fadiga. E o engano que a maioria das pessoas comete é diminuir ou até mesmo extinguir as atividades físicas da rotina. De fato, praticar esportes sem ter ânimo é um grande desafio, e forçar nem sempre é uma saída saudável. Mas desistir do exercício não vai fazer com que a disposição retorne e o cansaço constante desapareça.

O mesmo ocorre quando iniciamos a prática de algum esporte. Começamos com todo o gás e, de repente, o cansaço e a preguiça nos estimulam a parar. Não desista. Essa exaustão inicial é apenas uma barreira que deve ser vencida. Se houver persistência, em poucos dias a preguiça dará lugar ao prazer e à euforia proporcionada pela endorfina, hormônio que, quando liberado pelo corpo, proporciona uma incrível sensação de bem-estar.

O cansaço excessivo não será eliminado com o fim da prática de esportes. Se a exaustão permanece mesmo após um bom descanso, algo está errado. De acordo com especialistas, vários fatores podem afetar o organismo e causar o desânimo, como grandes frustrações, noites mal-dormidas, déficit de nutrientes no corpo e doenças como diabetes e hipotireoidismo, que causam desequilíbrio nos hormônios. Por isso é importante investigar as causas para acabar de vez com o cansaço.

O primeiro passo é ir ao médico e fazer exames. Se for um problema físico, rapidamente será descoberto por um bom especialista. Aí é só seguir o tratamento recomendado para retomar a sua rotina com muita disposição e saúde.

Outra boa atitude é refletir. Tire um dia só para você. Passeie, descanse a mente, faça uma longa pausa em um lugar silencioso. Em que momentos o cansaço aparece? É possível que você faça as atividades certas nos horários errados. Somos diferentes, e o nosso organismo também. Algumas pessoas produzem melhor de manhã cedinho. Outras são mais eficientes à noite. Refletir sobre isso é a primeira etapa para descobrir qual é a melhor forma de encarar os desafios do dia-a-dia.

Além disso, faça um balanço da sua vida nos últimos tempos. Você tem momentos só seus? Faz o que gosta? Se sente realizado no trabalho? As frustrações que permeiam a rotina podem parecer facilmente superadas, mas às vezes o acúmulo de insatisfações e problemas mal resolvidos afeta a saúde psíquica e, conseqüentemente, o organismo.

Algumas outras rotinas, se adotadas com atenção, podem ajudar a tornar o cotidiano mais leve. Alimentar-se com refeições equilibradas, adquirir uma rotina de sono regular e acabar com maus hábitos, como fumar e ingerir bebidas alcoólicas com regularidade, são excelentes ações para manter a saúde em dia e o ânimo também.

E a mais importante de todas as atitudes: pratique com regularidade um esporte – caminhar, correr, nadar, freqüentar uma academia ou pedalar. Só tome cuidado com a empolgação inicial. O ideal é começar devagar para evitar que o desgaste desestimule o iniciante de tornar a atividade uma prática constante. Seguindo esses conselhos, o cansaço persistente dará lugar a uma deliciosa disposição.

domingo, 8 de novembro de 2009

Quando as dobrinhas das crianças são perigosas

Foi-se o tempo em que a aparência rechonchuda e as dobrinhas exageradas dos bebês despertavam simpatia e vendiam saúde. Nas últimas três décadas, a obesidade infantil triplicou no país, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria. Só entre 2003 e 2008, o número de crianças com menos de cinco anos com sobrepeso cresceu quase 50%, de acordo com dados do Ministério da Saúde. "Trata-se de uma tendência mundial, e o Brasil a está acompanhando. Se não forem tomadas medidas de saúde pública, a situação só vai piorar", afirma Roberto Costa, diretor-científico do Centro de Estudos Sanny e pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

As medidas pedidas pelo especialista para enfrentar o problema começam dentro de casa. Os pais devem zelar pelo cardápio adequado. A má alimentação provoca não só problemas para o dia a dia das crianças como também pode antecipar em até 20 anos complicações de saúde da fase adulta. Os problemas mais comuns são dermatológicos, ortopédicos, respiratórios e principalmente cardiovasculares.

Segundo estudo citado pelo Manual de Obesidade na Infância e Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria, até 60% das meninas que sofriam de sobrepeso entre os cinco e os 12 anos se tornaram mulheres obesas entre os 30 e os 39. Por isso, atualmente os especialistas lutam para que a dieta das crianças gordinhas sofra alterações, com o objetivo de evitar alterações metabólicas e reduzir o risco de doenças futuras. "O diagnóstico precoce e a participação da família nesse processo são fundamentais", afirma Roseli Sarni, presidente do departamento de nutrologia da Sociedade Brasileira da Pediatria.

Quando se preocupar - O momento mais propício para que a criança adquira hábitos alimentares perigosos ocorre após os dois anos de idade, quando ela começa a compartilhar das refeições da família. "É na fase pré-escolar que a criança passa a ter mais autonomia, a andar, comer sozinha e a se interessar por novas coisas: então, ela passa a desenvolver a seletividade e a rejeitar alguns alimentos", lembra Mauro Fisberg, pediatra e nutrólogo da Unifesp. "Por isso, um bom modelo familiar é fundamental, pois ele vai determinar o padrão de alimentação da criança".

Outro fator importante está ligado ao desenvolvimento. A partir dos dois anos, o ritmo de crescimento da criança diminui bastante. "Ela passa, então, a se alimentar em menor quantidade. As mães, no entanto, acham que ela não está crescendo adequadamente e passam a oferecer mais e mais alimentos", diz José Spolidoro, presidente da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE). Some-se a isso o fato de que é justamente nessa fase que o número de consultas ao pediatra diminui - uma vez que as doenças típicas dos dois primeiros anos desaparecem. Por isso, os especialistas recomendam duas visitas ao médico ao ano, para a prevenção da obesidade.

Fonte: Veja On Line

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Autoconfiança no Esporte


Conhecendo um pouco mais sobre este tema e ajudando a desenvolver a autoconfiança em atletas e esportistas

Autoconfiança é a crença de que se pode realizar com sucesso um comportamento desejado. Alto níveis de autoconfiança podem intensificar as emoções positivas, aumentar a concentração, estabelecer metas mais desafiadoras, aumentar o esforço e desenvolver estratégias competitivas efetivas.

Atletas confiantes acreditam em si próprios e nas capacidades e competências necessárias, tanto psicológicas como mentais para atingir seu potencial e suas metas. Atletas menos confiantes duvidam se são bons o suficiente ou se tem o que é necessário para serem bem-sucedidos.

Benefícios da Auto-confiança:

- Desperta emoções positivas – o atleta consegue por exemplo permanecer mais calmo sob pressão, pois sabe que “dará conta”, mantendo-se equilibrado e menos ansioso;

- Facilita a concentração – consegue se focar naquele momento decisivo.

Excesso e Falta de Autoconfiança

Falta de Autoconfiança

Muitas pessoas apresentam tudo aquilo que é necessário física e tecnicamente para serem bem sucedidas em suas modalidades esportivas, contudo falta-lhes confiança em sua capacidade de realizar habilidades sob pressão, em um jogo ou em uma partida nivelada. Um jogador extremamente habilidoso e com uma técnica bem desenvolvida pode, em um momento decisivo de uma partida, ao errar um movimento começar a duvidar de si mesmo e tornar-se inseguro. Passa então a não arriscar movimentos mais ousados com medo de errar novamente, perdendo assim sua efetividade. A insegurança vai criar a ansiedade, quebrar a concentração e provocar indecisão. Pessoas com falta de confiança focalizam-se mais em suas dificuldades do que em suas qualidades e pontos fortes, passam assim a deixar de se concentrar na tarefa realizada. Contudo, um pouco de insegurança gera motivação e previne o excesso de autoconfiança.

Excesso de Autoconfiança

Pessoas super confiantes são na verdade falsamente confiantes, ou seja a confiança delas é maior do que suas capacidades. Seu desempenho diminui pois acreditam que não necessitam se preparar nem fazer esforço para realizar suas tarefas. Isso ocorre por exemplo quando um atleta ou um time/equipe altamente considerado dá como certa a vitória sobre um outro atleta ou equipe. O pensamento comum é que tudo o que precisa fazer é estar presente para vencer. Contudo, não se pode ser excessivamente confiante se a confiança se baseiua em habilidades e capacidades reais, ou seja o adversário precisa necessariamente sempre ser valorizado.
Em geral o excesso de confiança é muito menos problemático do que a falta de confiança, contudo quando ocorre os resultados podem ser igualmente desastrosos.
Uma situação comum é quando dois jogadores de diferentes capacidades se enfrentam. O melhor jogador chega para a competição superconfiante, e por conta disso negligencia a preparação e joga casualmente, o que pode muito bem fazê-lo ficar para trás já no início da competição. O adversário nesse meio de tempo começa a ganhar confiança, tornando ainda mais difícil, para o jogador excessivamente confiante, virar o jogo e vencer a competição. Esse cenário acontece até para os melhores atletas, mas em geral eles não deixam isso acontecer com grande frequência.

O falso excesso de confiança é visto às vezes quando os atletas tentam encobrir suas inseguranças. A maioria dos técnicos encoraja os atletas a serem confiantes, assim os jogadores em geral não se sentem confortáveis demonstrando insegurança. Portanto eles passam a fingir que se sentem confiantes para ocultar sentimentos reais de insegurança. Seria mais construtivo expressar tais sentimentos para o técnico e desenvolver um programa para ajudar os atletas a removerem suas dúvidas e ter de volta sua autoconfiança. Certamente isso significa que o técnico ou professor deve criar uma atmosfera que encoraje a comunicação aberta de seus alunos/atletas.

Expectativas e desempenho dos atletas

As expectativas podem ter um efeito crítico sobre o desempenho. Esperar vencer ou esperar perder pode ter um impacto muito grande no desempenho em uma competição. As expectativas do treinador podem também influenciar muito o desempenho e o comportamento de alunos/atletas.
Uma sequência de eventos que ocorrem em ambientes esportivos pode explicar tentar explicar a relação expectativa-desempenho do treinador para com o atleta.

Passo 1: Técnicos criam expectativas. Os treinadores usam informação de desempenho – desempenhos anteriores, teste de habilidades, comportamentos nos treinos e outras avaliações. Quando as fontes de informação levam a uma avaliação correta da capacidades e do potencial do atleta, não há problemas, contudo expectativas ou muito altas ou muita baixas especialmente inflexiveis, normalmente levam a comportamentos inadequados da parte do treinador. Isso nos leva ao segundo passo:
Passo 2: As expectativas do treinador influenciam o comportamento dos atletas. Os comportamentos dos treinadores quando apresentam expectativas altas ou baixas com relação aos seus atletas podem ser as seguintes:
1) Frequência e qualidade da interação técnico-atleta: passa mais tempo com o atleta que espera mais e apresenta mais simpatia e afeto positivo;
2) Quantidade e qualidade da instrução: concede menos tempo e é menos persiste ao ensinar habilidades difíceis aos atletas que considera com de baixa expectativa;
3) Tipo e frequência de feedback: dá mais reforço, elogios e mais feedback instrutivo e informativo a atletas de alta expectativa e dá menos feedback benéfico ao atleta de baixa expectativa após um desempenho médio;
Passo 3: Comportamento dos técnicos afetam o desempenho dos atletas. Atletas de baixa expectativa:
1) Apresentam piores desempenhos devido a reforços e tempo de jogo menos efetivos;
2) Apresentam níveis mais baixo de autoconfiança e de percepção de desempenho ao longo de uma temporada;
3) Atribuem seus fracassos à falta de capacidade, acreditando na falsa crença de que não são bons e de que tem pouca chance de sucesso no futuro.

Desde o inicio os técnicos devem determinar como se formam suas expectativas e se suas fontes de informação são indicadores confiáveis da capacidade de um atleta. As avaliações iniciais muitas vezes podem ser equivocadas. “Técnicos devem monitorizar a quantidade e qualidade de reforço e de feedback instrutivo que fornecem buscando assegurar que todos os atletas/alunos recebam sua porção justa. Essas atitudes ajudam a assegurar que cada atleta tenha uma chance justa de alcançar seu potencial e de apreciar a experiência atlética”. (Weinberg e Gould, 2001, pág. 317).

Fontes de Autoconfiança no Esporte – o que é necessárioum atleta possuir ou desenvolver para conquistar a autoconfiança

- Domínio: desenvolver e melhorar habilidades;
- Demonstrar capacidade vencendo e superando em desempenho os adversários;
- Preparação física e mental que ajudará a permanecer focalizado nos objetivos e sentir-se preparado para dar o máximo;
- Apoio social – ter o encorajamento de colegas de equipe, treinador, família;
- Liderança dos Treinadores: confiança nas decisões dos treinadores;
- Acreditar em suas próprias capacidades e possibilidades de desenvolvimento
- Experiência indireta: ver outros atletas atuando com sucesso e acreditar que pode ser
Como ele ou melhor que ele;
- Conforto ambiental – sentir-se confortável no ambiente onde atuará;
- Situação favorável – sentir que tem tudo a seu favor e que nada poderá dar errado.

Como desenvolver a autoconfiança em um atleta - técnicas

- Experiências Indiretas ou Demonstração ou Modelagem: é um processo de 4 estágios: atenção, retenção, reprodução motora e motivação.
Para se aprender pela observação deve-se prestar muita atenção ao modelo. A capacidade de atenção irá depender do respeito que se tem do modelo a ser observado, bem como do interesse na atividade e do quão bem pode-se ver e ouvir. Os bons técnicos não sobrecarregam seus atletas com informações, mas esperam que o atleta focalize sua atenção em todos os elementos específicos da habilidade, e nem demonstram a habilidade apenas uma única e rápida vez. Focalizam inicialmente em um ponto-chave, mostram várias vezes e permitem que o atleta o faça livremente e de forma espontânea.
Para que a modelagem ocorra de forma efetiva o ato observado deverá ser memorizado e decorado. E essa retenção precisa ser realizada através de técnicas de prática mental, analogias (por exemplo pedir ao atleta para comparar o movimento do saque com o movimento de atirar uma raquete) ou ainda pedir para os atletas repetirem em voz alta os pontos-chaves. Aqui o importante é ajudar o observador (atleta) a lembrar o ato modelado.
Depois disso é necessário saber fazer a reprodução motora, ou seja saber coordenar as ações musculares com seus pensamentos, e sentir que o atleta está realmente seguro e treinado para realizar a habilidade de forma eficaz.
Por fim, o estágio final ma modelagem é a motivação, sem motivação o atleta não prestará atenção no modelo, não tentará lembrar o que foi visto e não praticará a habilidade. A chave aqui é motivar o atleta por meio de elogios, pela promessa de recompesas, dando importância à aprendizagem da atividade modelada ou utilizando aqueles modelos que irão realmente motivá-lo.

- Persuasão Verbal:
Treinadores podem fazer uso de técnicas persuasivas para influenciarem comportamentos específicos que esperam de seus atletas. Alguns exemplos para dizer aos atletas: “Seja perseverante e não desanime, mesmo que vc tenha que perder alguns dias!” ou “Sei que vc saca bem, mas seja perseverante e treine seus movimentos, vai chegar sua hora!”
A persuasão verbal para aumentar a confiança pode também tomar forma de autopersuasão, exemplo do que um atleta campeão olimpico de natação dizia para ele mesmo antes da competição: “Vc tem que acreditar que vai acontecer. Não pode duvidar de suas capacidades dizendo palavras negativas como: vou levantar amanhã e vou sentir totalmente mal porque me senti mal hoje. Vc não pode entrar nessa “vibe”ruim. Tem que dizer: Amanhã correrá tudo bem, eu dou conta, eu consigo, e vou me sentir super bem. Hoje não me senti bem, mas amanhã estarei ótimo.”

- Experiências imaginárias:
Atletas podem gerar crenças sobre sua eficácia ou ineficácia pessoal imaginando a si mesmo se comportando efetiva ou inefetivamente em situações futuras. A chave para o uso da visualização como fonte de autoconfiança é o atleta sempre se imaginar demonstrando domínio e confiança na situação futura do jogo ou campeonato.

- Estados fisiológicos:
Alguns atletas podem interpretar de forma equivocada aumentos na ativação ou ansiedade fisiológica (com o taquicardia ou respiração superficial aumentada) como medo e sensação de impedimento de poder realizar a habilidade com sucesso (ou seja auto-eficácia diminuída), enquanto que outros atletas podem interpretar tais reações como um sinal de que estão prontos e preparados para a competição (ou seja auto-eficácia aumentada).

- Estados Emocionais:
Um atleta lesionado sentindo-se deprimido e ansioso em relação à sua reabilitação provavelmente terá sentimentos de auto-eficácia diminuídos, enquanto que um atleta sentindo-se energizado e positivo certamente apresentará uma auto-eficácia aumentada.


Sugestões para demonstrações efetivas

A modelagem efetiva é uma das fontes principais para a auto-eficácia. Abaixo algumas sugestões que um treinador pode dar aos seus alunos/atletas para conseguirem alcançar demonstrações efetivas:
- Informe ao aluno/atleta sobre a importância da habilidade treinada para o jogo ou atividade;
- Saliente um modelo de alta consideração (por exemplo um atleta profissional que conhecem) e que usa efetivamente a habilidade a ser modelada e treinada;
- Certifique-se que todos os alunos não terão distrações e que todos podem ver e ouvir;
- Demonstre habilidades complexas sob vários ângulos (p. ex., saque de tênis para atletas canhotos e destros);
- Focalize a atenção do aluno em apenas 3 ou 4 pontos-chave da habilidade; *
- Repita demonstrações de habilidades complexas;
- Assegure-se de que as instruções sempre precedam ligeiramente a habilidade ou o segmento da habilidade sendo demonstrada;
- Faça os alunos ensaiarem mentalmente o que foi demonstrado imediatamente após observarem na demonstração;
- Peça aos alunos que pratique a habilidade imediatamente após ela ter sido demonstrada e mentalmente ensaiada;
- Peça aos alunos para nomearem as partes da habilidade p. ex., (aqui é o começo do movimento - a parte inicial, aqui é o meio, aqui e quase o movimento completo, e aqui é o completo, o movimento completo e finalizado);
- Faça uma demonstração em câmera lenta e depois uma demosntração em velocidade normal e peça para fazerem o mesmo;
- Reforce (“Muito bom!!!” ou “É isso mesmo!!!”) sempre o desempenho correto ou o ato/movimento modelado (treinado) obtiver sucesso;
* Com crianças e adolescentes concentre-se em um número menor de pontos-chave e enfatize a prática mental.

Referências Bibliográficas
Becker Jr, B. & Samulski, D. Manual do Treinamento Psicológico para o Esporte. Feevale, 1998.
Becker Jr, B. Manual de Psicologia do Esporte e do Exercício, Feevale, 1999.
Cozac, J. R. L. Psicologia do Esporte: Clínica, alta performance e atividade física. São Paulo: Annablume, 2004.

domingo, 11 de outubro de 2009

Excesso de treinamento pode trazer osteoporose precoce

A busca incessante para perder peso e a pressa em reduzir as medidas pode trazer sérios prejuízos às mulheres. Especialistas alertam que excesso de treinamento, associado à falta de orientação adequada, pode ser prejudicial à saúde.

Maurício de Moraes, médico ortopedista do Instituto de Ortopedia e Traumatologia de São Paulo (IOT – SP), afirma que a prática excessiva de exercícios pode desregular o ciclo menstrual ou até cessá-lo, provocando a osteoporose precoce.

As dores contínuas costumam ser um dos primeiros sinais de que houve abuso nos treinamentos. Os médicos explicam que, normalmente, os incômodos aparecem de 24 a 48 horas após a atividade física, e são reflexos da degradação muscular e da lesão pelo esforço.

“As dores tendem a cessar após dois ou três dias. Porém, a permanência do sintoma é um alerta de que algo está errado”, completa Rubens Rodrigues, que também integra a equipe de ortopedistas do IOT - SP
O overtraining também pode gerar outros problemas ortopédicos, entre eles dor crônica, inchaço, limitação de algumas funções da articulação e, muitas vezes, lesões permanentes. Nesses casos, é fundamental realizar atividades físicas apenas com a orientação médica e supervisão de um treinador.

Fonte: OIT

sábado, 19 de setembro de 2009

Prevenção de Lesões

Devido aos nossos hábitos, aos nossos trabalhos e lazeres, e às nossas individualidades, adquirimos certos vícios posturais que podem ou não ser prejudiciais. Como atletas, exigimos do nosso corpo, como um todo e não apenas das nossas pernas, um treinamento específico de certos grupos musculares para alcançarmos os nossos objetivos, assim melhorando nossa performance, tempo, força e com isso diminuindo fadiga, dores etc.

Para que nosso corpo consiga realizar o que precisamos, ou desejamos, ele precisa estar equilibrado. Este equilíbrio pode ser alcançado com diversas técnicas muito bem conhecidas e descritas. E previne que criemos uma sobrecarga sobre uma região específica.

Afinal, o que é tendinite, bursite, tenossinovite, miosite, pubeíte, e muitos outros “ites” que encontramos por aí? Grosso modo, são lesões inflamatórias causadas por uma sobrecarga em um ponto do corpo. Esta sobrecarga pode vir de diversas maneiras. Pode ser uma falta de flexibilidade desta região machucada, o que limita a melhor execução do músculo, além de diminuir o suprimento de nutrientes e oxigênio muscular. Pode ser uma falta de força local, o que faz com que o músculo tenha que trabalhar mais do que ele aguenta, e com isso, aparecem pequenas lesões ou rupturas, que acabam formando uma inflamação.

Para evitarmos estas lesões ao máximo, devemos então cuidar do nosso corpo antes, durante e depois da atividade. Um bom equilíbrio entre força e flexibilidade muscular, somado a um trabalho específico para cada atleta, e, principalmente, para cada esporte, pode diminuir o índice de lesões, ou, diminuir o tempo de recuperação de um atleta.